quarta-feira, 7 de outubro de 2009

III - 3

SEBASTIÃO SALGADO ABANDONA A PELÍCULA DE 35mm .


É verdade que não tenho estado muito atento ao trabalho deste fotógrafo que admiro e fiquei surpreendido e confesso, algo desapontado quando, na entrevista que podem ler  aqui http://gazetaonline.globo.com/_conteudo/2009/08/526209-entrevista+++sebastiao+salgado+++fotografo+65+anos.html, fiquei a saber que o homem usa agora uma Canon 1DsMark III. É interessante verificar as razões que aponta para esta opção, um assunto que nos faz pensar, aos que mantêm o gosto e a prática da fotografia de película.
Mesmo assim, não tenho grandes dúvidas de que o trabalho deste grande fotógrafo vai continuar a ter a qualidade que eu sempre lhe reconheci., seja lá o meio que usa para captar as imagens. Foi o seu peculiar modo de ver o mundo, bem como o rigor e qualidade técnica do seu trabalho que o tornaram, merecidamente, a meu ver, num fotógrafo de referência.

1 comentário:

Adelino Marques disse...

Não resisto a transcrever esta parte da entrevista, é um bom tema para uma "tertuliazinha"
Adelino

"É um susto para muita gente ver você falando que a digital é melhor...
É melhor mesmo. Os químicos não existem mais. Tive que fazer os bons químicos até um ano e pouco atrás. Para conseguirmos papel para as cópias de leitura, tínhamos que trazer de Tóquio! Os filmes foram caindo de qualidade. E a qualidade que eu tinha em um 35mm anos atrás eu não tenho mais no médio formato agora.

Com a popularização das digitais, mudou a relação da sociedade com a imagem?
Nada. Absolutamente nada. O número de fotógrafos não aumentou, não melhorou e não piorou. Você só mudou a base, exclusivamente a base. O problema é de sensibilidade e identificação com a profissão, de saber se é fotógrafo ou não.

A câmera digital altera a questão da memória?
Acho que não. A fotografia, na realidade, é a memória da sociedade. São cortes representativos, são momentos que você faz da sociedade. É a verdadeira linguagem universal. A maneira de escrever cada um tem a sua, com uma vantagem para a fotografia. Ela não precisa de tradução. É realmente uma linguagem fabulosa."